*Edson Augusto Tavares
No dia 5 de setembro é comemorado o dia da floresta amazônica, a data vem com objetivo de reforçar a importância da preservação da floresta para a proteção da biodiversidade e a manutenção do clima global.
Um dos acontecimentos que tem ganhado destaque na mídia mundial é a mudança do clima, que vem provocando impactos nos diferentes setores econômicos e sociais, além das mudanças ambientais.
Todos os dias e em especial no dia da floresta amazônica é necessário refletir sobre quais as medidas devem ser melhor implantadas para proteger a floresta. E sabe de uma coisa? não temos muito o que comemorar, mesmo com os anúncios de queda nos níveis de desmatamento se comparado a anos anteriores, a situação ainda continua preocupante.
A floresta amazônica é a maior floresta tropical do mundo, abrigando ampla biodiversidade e contribuindo significativamente com os diferentes ciclos terrestres, como o do carbono e o da água. Tais contribuições provocam reflexos em todo o planeta no que diz respeito a absorção de carbono pelo processo fotossintético e a liberação de água para a atmosfera através do processo de transpiração das árvores.
Você sabia que a floresta faz chover?
Diversos pesquisadores do mundo têm elaborado uma ampla variedade de estudos para compreender melhor como e onde a floresta amazônica tem provocado impactos. Uma das descobertas recentes que tem chamado a atenção é o papel das florestas para a formação de chuvas.
Resultados das pesquisas feitas pelo Large Scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazon (LBA) comprovaram que a floresta emite para a atmosfera os chamados compostos orgânicos voláteis (VOCs), que formam minúsculos cristais que atuam como núcleos de condensação de nuvens, atraindo vapor d’agua, formando grandes e pesadas gotas de chuva que precipitam ali na floresta mesmo. É estimado que 20 a 30% da chuva na região é proveniente desse processo.
Ficou curioso? Aqui temos mais alguns exemplos de estudos realizados na Amazônia:
Qual a influência da respiração da floresta na sua vida?
Um dos estudos que tem sido realizado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), por mim, é o trabalho de melhor compreensão do funcionamento do ciclo do carbono, um destes estudos tem buscado quantificar como a respiração do tronco das árvores da floresta amazônica podem influenciar nas emissões de CO2 e como o manejo da floresta pode impactar nas taxas de dióxido de carbono emitida pelas árvores.

*Edson Augusto Tavares é engenheiro florestal pela Universidade Federal de Goiás, com mestrado em Estratégias e Inovação pelo Instituto Superior de agricultura Rhône-Alpes na França e, atualmente, faz mestrado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
*Sarah Camelo da Silva
Qual a influência dos solos na distribuição de Carbono e nutrientes na floresta?
A pesquisadora de mestrado do INPA, Sarah Camelo da Silva avaliou em seu estudo a influência da variação da topografia nos estoques de macronutrientes e carbono no solo, nas folhas e no tronco de espécies arbóreas encontradas em todo gradiente topográfico e em espécies encontradas em apenas uma posição topográfica na Amazônia Central. Para assim compreender melhor o funcionamento da floresta e com os dados obtidos poder auxiliar na melhor compreensão da estrutura e funcionamento das florestas tropicais e suas possíveis alterações em função da mudança do clima.

*Sarah Camelo da Silva é engenheira florestal pela Universidade de Brasília (UnB), com mestrado em ciências de florestas tropicais pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
*Alicia Monteiro Cursino
Concentração de nutrientes da precipitação interna em uma floresta manejada experimentalmente na Amazônia Central.
A pesquisadora de mestrado Alicia Monteiro Cursino busca investigar na Amazônia Central se o efeito do manejo florestal realizado há 35 anos, ainda influencia no volume de água que entra na floresta e a dinâmica sazonal na concentração de nutrientes (N, P, K, Ca e Mg) através da precipitação interna.

*Alicia Monteiro Cursino é engenharia florestal pela Universidade do Estado do Amazonas – Campus de Itacoatiara (UEA-CESIT), atualmente faz mestrado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
*Antoniele Neves
Crescimento de árvores de Castanheira em plantio florestal na Amazônia Central
A castanheira é uma das espécies mais emblemáticas da Amazônia. Em busca de trazer mais informações sobre a dinâmica de crescimento da espécie, o trabalho da pesquisadora de mestrado Antoniele Neves, busca investigar como variações ambientais (temperatura e precipitação) influenciam no crescimento da castanheira, a fim de colaborar com o manejo da espécie em condição de plantio.

*Antoniele Maria Neves Pinho é engenheira florestal pelo Instituto Federal de Minas Gerais- Campus São João Evangelista, atualmente faz mestrado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
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